As máquinas poderão substituir os profissionais de seguro?
- aptsseguros
- 29 de abr. de 2019
- 3 min de leitura
Milhares de empregos serão perdidos por causa da Inteligência Artificial, ao mesmo tempo que novos postos de trabalho surgirão.

A tecnologia pode causar a perda de milhares de empregos, mas, também pode gerar milhares de novos postos de trabalho. “Depende do ponto de vista”, acredita de Celso Malachias, diretor da DNA Hunter. Ele, que se autoqualifica como um head hunter que gosta de inovação, mencionou algumas das tecnologias que desempregam, como os robôs que trabalham em linha de produção, a colheitadeira automática na agricultura, os drones para monitoramento de plantações e vigilância e o blockchain em cartórios ou na venda de criptomoedas. Em seguida, apontou as tecnologias que geram empregos: as mesmas mencionadas anteriormente. “Depende de como olhamos, se como ameaça ou oportunidade”, disse.

Para Malachias, o desafio é adquirir conhecimento. “Se não gerarmos inovações, ficaremos desconectados, obsoletos”. Ele não duvida que a tecnologia mudará as relações profissionais, tanto que estudos indicam a tendência de menos empresas, com mais quantidade de negócios e ambiente de trabalho compartilhado, sem vínculo. O trabalho será por projeto ou demanda. A inteligência artificial será responsável por essas mudanças, de acordo com a última edição do Fórum Econômico Mundial, bem como a internet de alta velocidade em todos os lugares, a ampla adoção de análise e big data e a tecnologia na nuvem (cloud).
Diante desse quadro, a consultoria PwC da Inglaterra analisou os impactos da automação, constatando que a mais positiva será o aumento do PIB global. Em relação aos empregos, o impacto será gradativo: até 2020, 3% dos trabalhos estão em risco; em 2030, 30% e 44% para os trabalhadores com baixo nível educacional. Cerca de 1 milhão de empregos serão perdidos até 2022, segundo a pesquisa do Fórum Econômico Mundial com a participação de 12 segmentos da indústria, que representam 15 milhões de empregos. Mas, ao mesmo tempo, serão gerados 1,74 milhão de novos empregos.
Em nível global, espera-se que 75 milhões de empregos sejam deslocados pela mudança na divisão do trabalho entre humanos e máquinas. Por outro lado, 133 milhões de novas atribuições poderão emergir adaptadas à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos. Segundo Malachias, a tendência é o deslocamento da base da pirâmide, na qual estão os trabalhos operacionais, e a abertura de oportunidades para novas funções e trabalhos mais intelectualizados e especializados.

No mercado de seguros, uma pesquisa recente da Accenture mostrou que 79% dos executivos concordam que a IA irá revolucionar a maneira como interagem com clientes. Para eles, a tendência, que também se aplica aos corretores de seguros, é que o uso de dados possa garantir o melhor preço; o aprendizado de máquinas sirva para sugerir produtos apropriados e coberturas ideais; e a Internet das Coisas ajude a identificar o potencial de rotatividade de clientes e melhorar a retenção.
Para Malachias, o mundo está em transformação e as pessoas precisam se adaptar. Ele orientou os profissionais de seguros a ficarem atentos a essas mudanças e lerem os sinais. “Não é se seremos afetados, mas como e quanto seremos afetados pelas novas tecnologias”, disse. A seu ver, os profissionais precisam usar a tecnologia em seu favor, aprendendo, adquirindo o compondo. “Muitas vezes, não temos todos os requisitos, mas podemos nos juntar a alguém que tem”.
Outra dica é se valer da tecnologia para entender o cliente (hábitos, personalidade, comportamento, horários etc.) e atendê-lo melhor. “Confiança continua sendo a base para estabelecer e evoluir qualquer forma de relacionamento. E esse comportamento humano é, e sempre será, fundamental”, disse.
Fonte: Matéria extraída da revisra APTS edição 132/133. Veja o PDF. Leia online.